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Mostrando postagens de novembro 14, 2010

Recordar é viver!!!

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É....têm coisas que a gente não esquece! Há muitos anos atrás, no dia 04 de dezembro de 1971, Mauri César, um colega de Escola, escreveu um texto no meu caderno de recordações. Esse tipo de caderno (para quem se lembra) circulava entre os colegas e nele mensagens de amizade, de despedida, de carinho eram escritas. A mensagem dele, foi um teto longo e original, que foi carinhosamente guardado por mim por todos esses anos. Vou transcrevê-la abaixo, conforme foi escrita. Não tive oportunidade de lhe perguntar quem era o autor. Hoje, ainda lembro da ansiedade que senti ao ler essas páginas e o impacto que elas trouxeram para mim. N este mesmo dia, a minha família mudou-se para outra cidade e perdi o contato com ele. Nunca mais nos encontramos. Esse post é em sua homenagem, Mauri, meu amigo da 4a. série B, do então Colégio Estadual Campograndense! "OLÁ ISABEL! Benvinda ao mundo! Há um momento junto ao seu berço eu estava pensando: se Isabel pudesse me compreender eu lhe falaria sobre a

Manoel de Barros, o poeta pantaneiro!

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"As coisas que não existem são as mais bonitas". "Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber: a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos d) Se o homem que toda de tarde sua existência num fagote, tem salvação e) Que um rio que flui entre dois jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre dois lagartos f) Como pegar a voz de um peixe g) Qual o lado da noite que umedece primeiro etc etc etc Desaprender oito horas por dia ensina princípios." "As coisas que não tem nome são mas mais pronunciadas pelas crianças". "As coisas não querem ser vistas por pessoas razoáveis: Elas desejam ser olhadas de azul - Que nem uma criança olha você de ave." "O rio que fazia uma volta atrás da nossa casa era imagem de um vidro mole que fazia volta atrás da casa.` Passou um homem depois e disse: Essa volta que o

Dias tensos... Dias densos...

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Não gosto de falar de coisas tristes, não gosto. Sempre busco olhar para ao positivo que todas as situações (por mais dificeis que sejam) nos oferecem... Mas, as vezes, fica dificil encarar a escuridão, o frio, a solidão... Mesmo que a luz da esperança esteja a nossa frente,não conseguimos ver o que nos espera a diante. Então, a vontade maior é de ficar embaixo de lençóis, deixar o tempo passar e esperar... Esperar não se sabe exatamente pelo que: talvez por dias melhores, talvez noites com estrelas, talvez suaves melodias, talvez por doces toques de carinho... Gostaria de dormir e não acordar sozinha... gostaria de acordar com um carinho, um gesto de ternura, um olhar afetuoso... Gostaria de sentir mãos acariciando suavemente meus cabelos... Não consigo focar meu pensamento na luz de esperança que tenta manter-se acesa a minha frente... As lágrimas me impedem de enxergá-la e sob uma nuvem de lágrimas, vejo apenas a escuridão e sinto frio... Quero dormir, preciso dormir... enroscar-me
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"Somos donos dos nossos atos, mas não somos donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos. Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos ... Atos são pássaros engaiolados; sentimentos são pássaros em voo." Autor: Mario Quintana

Sou uma pergunta

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"Quem fez a primeira pergunta? Quem fez o mundo? Se foi Deus, quem fez Deus? Por que dois e dois são quatro? Quem disse a primeira palavra? Quem chorou pela primeira vez? Por que o Sol é quente? Por que a Lua é fria? Por que o pulmão respira? Por que se morre? Por que se ama? Por que se odeia? Quem fez a primeira cadeira? Por que se lava roupa? Por que se tem seios? Por que se tem leite? Por que há o som? Por que há o silêncio? Por que há o tempo? Por que há o espaço? Por que há o infinito? Por que eu existo? Por que você existe? Por que há o esperma? Por que há o óvulo? Por que a pantera tem olhos? Por que há o erro? Por que se lê? Por que há a raiz quadrada? Por que há flores? Por que há o elemento terra? Por que há a gente quer dormir? Por que acendi o cigarro? Por que há o elemento fogo? Por que há o rio? Por que há a gravidade? Por que e quem inventou os óculos? Por que há doenças? Por que há saúde? Por que faço perguntas? Por que não há respostas? Por que quem me lê está per

Não conte pra ninguém

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"Eu sou a velha mais bonita de Goiás. Namoro a lua. Namoro as estrelas. Me dou bem com o Rio Vermelho. Tenho segredos como os morros que não é de advinhá. Sou do beco do Mingu sou do larguinho do Rintintim. Tenho um amor que me espera na rua da Machorra, outro no Campo da Forca. Gosto dessa rua desde o tempo do bioco e do batuque. Já andei no Chupa Osso. Saí lá no Zé Mole. Procuro enterro de ouro. Vou subir o Canta Galo com dez roteiros na mão. Se você quiser, moço, vem comigo: Vamos caçar esse ouro, vamos fazer água... loucos no Poço da Carioca, sair debaixo das pontes, dar que falar às bocas de Goiás. Já bebi água de rio na concha de minha mão. Fui velha quando era moça. Tenho a idade de meus versos. Acho que assim fica bem. Sou velha namoradeira, lancei a rede na lua, ando catando estrelas." Poesia de Cora Coralina

O outro Brasil que vem aí

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"Eu ouço as vozes eu vejo as cores eu sinto os passos de outro Brasil que vem aí mais tropical mais fraternal mais brasileiro. O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados terá as cores das produções e dos trabalhos. Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças terão as cores das profissões e regiões. As mulheres do Brasil em vez das cores boreais terão as cores variamente tropicais. Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil, todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco. Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil lenhador lavrador pescador vaqueiro marinheiro funileiro carpinteiro contanto que seja digno do governo do Brasil que tenha olhos para ver pelo Brasil, ouvidos para ouvir pelo Brasil coragem de morrer pelo Brasil ânimo de viver pelo Brasil mãos para agir pelo Brasil mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis mãos de engenheiro que lidem com

"Canto de companheiro em tempo de cuidados"

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"Contigo, companheiro que chegaste, desconhecido irmão de minha vida, reparto esta esmeralda que retive em meu peito no instante fugitivo mas infinito em que se acaba a infância, porque a esmeralda não se acaba nunca. Reparto, companheiro, porque chegas a este caminho longo e luminoso mas que também se faz áspero e duro, onde as nossas origens se abraçaram dissolvendo-se em paz as diferenças, engendradas na vida pela força feroz com que desune o mundo os homens que feitos foram para cantar juntos porque só juntos saberão chegar para a festa de amor que se prepara. Porque tudo é chegar, meu companheiro desconhecido, meu irmão que plantas o grão no escuro e nasce a claridão. É chegar e seguir, os dois cantando, os dois e a multidão num só caminho, em direção ao sol que nos ensina a ser mais cristalinos, parecidos ao menino que fomos e que somos de novo dentro do homem, desde que o homem seja capaz de repartir seu canto e um pedaço de sol bem luminoso a esse desconhecido ser que cheg