Manoel de Barros, o poeta pantaneiro II
"Deus disse: Vou ajeitar a você um dom:
Vou pertencer você a uma árvore.
E pertenceu-me.
Escuto o perfume dos rios.
Sei que a voz das águas tem sotaque azul.
Sei botar cílios nos silêncios.
Para encontrar o azul eu uso pássaros.
Só não desejo cair em sensatez.
Não quero a boa razão das coisas.
Quero o feitiço das palavras."
"A maior riqueza de um homem é a sua incompletude.
Nesse ponto eu sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão as 6 horas da tarde, que vai lá fora,
que aponta lápis, que vê a uva, etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas."
Vou pertencer você a uma árvore.
E pertenceu-me.
Escuto o perfume dos rios.
Sei que a voz das águas tem sotaque azul.
Sei botar cílios nos silêncios.
Para encontrar o azul eu uso pássaros.
Só não desejo cair em sensatez.
Não quero a boa razão das coisas.
Quero o feitiço das palavras."
"A maior riqueza de um homem é a sua incompletude.
Nesse ponto eu sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão as 6 horas da tarde, que vai lá fora,
que aponta lápis, que vê a uva, etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas."
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