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Mostrando postagens de novembro 21, 2010

Manoel de Barros, o poeta pantaneiro II

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"Deus disse: Vou ajeitar a você um dom: Vou pertencer você a uma árvore. E pertenceu-me. Escuto o perfume dos rios. Sei que a voz das águas tem sotaque azul. Sei botar cílios nos silêncios. Para encontrar o azul eu uso pássaros. Só não desejo cair em sensatez. Não quero a boa razão das coisas. Quero o feitiço das palavras." "A maior riqueza de um homem é a sua incompletude. Nesse ponto eu sou abastado. Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão as 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva, etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas."